.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pequena Reflexão sobre o Decálogo Mosaico

- Moisés e as tábuas da Lei, de Gustave Doré (século XIX) -



Como é do conhecimento de todos, os "10 Mandamentos da Lei de Deus" são:



1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar Seu Santo Nome em vão.
3. Guardar domingos e festas.

4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.



          Pois bem, meu filho Ian está fazendo o Catecismo na Paróquia de Santo Antonio e Almas de Itabaiana e, de repente, vimo-nos com a tarefa paternal de lhe assessorar no estudo do decálogo Mosaico. Tudo bem que seria o suficiente memorizar os dez itens e entender o significado de cada um deles. Porém, justamente neste último ponto (o significado de cada um dos mandamentos), deparamo-nos com uma consideração interessante, a respeito da qual não pudemos nos furtar a esta pequena reflexão que aqui compartilhamos.
Antes, porém, devemos esclarecer que esta reflexão não está circunscrita nos limites exclusivos dos dogmas ou doutrinas religiosos de qualquer instituição judaico-cristã. Trata-se, tão-somente, de um livre exercício de pensamento, tendo como fim a busca da verdade contida neste código milenar.
Quer sejamos ou não fiéis às nossas crenças assimiladas desde a mais tenra juventude, o fato é que somos, em grande medida, um construto de nossa formação cultural, cabendo-nos apenas seguir viagem cegamente por sobre os trilhos previamente traçados ou considerarmos reflexivamente os dados recebidos sob a luz da razão, podendo chegar a uma possível concordância da tese herdada ou vir a empreender a construção de uma inesperada antítese, donde, pelo viés de uma ou da outra, sempre haveremos de chegar a uma síntese, na qual poderemos nos descobrir diferentes daquilo que éramos antes da obtenção do conhecimento tradicional, durante a sua assimilação e após tal atividade reflexiva necessária para o parto conceitual de nós mesmos, no mundo.        
Ora, os Mandamentos são dez. Mas, se prestarmos bem a atenção, podemos dividi-los em dois conjuntos de cinco mandamentos. Um (abrangendo, do primeiro ao quinto), voltado para as coisas da Eternidade em nós: aquilo que, em nós, foi feito à imagem e à semelhança de Deus: o Reino de Deus. O outro (do sexto ao décimo), para as da Temporalidade: as relações sócio-histórico-afetivas no mundo em que vivemos: o reino humano. Senão, vejamos.
Amar a Deus sobre todas as coisas pressupõe, simplesmente, não valorizar nada que exista neste mundo julgando o que quer que seja como estando acima da relação pessoal de contato ou União com o Divino, em nós; o que consiste na prática mística, por excelência, da busca pelo Silêncio do Eu Exterior em prol do despertar da Consciência Interior do Homem Verdadeiro, o Eu Interior, aquele que, tendo sido criado à Imagem e Semelhança de Deus, por Legítima Herança Creacional, precisa ser estimulado ao máximo para que, como Filho do Homem, venha a glorificar o Pai que está no céu, sendo esta a verdadeira missão humana na Terra.
A título de exemplificação vivencial, podemos nos visualizar sentados, quietos, física, mental e emocionalmente, em atitude meditativa, com o intuito apenas de nos sentirmos localizados no Centro do Universo, numa perspectiva de abandono de todas as nossas dúvidas, certezas, verdades e mentiras, entregues mesmo nos braços da Existência e comungando com o Eterno, numa conexão provida de um indelével sentimento de Confiança na Providência Divina, na mais exata assunção do significado da expressão “ASSIM SEJA!”. Esta é a única e verdadeira forma de sentirmos o Deus do nosso Coração tão poderosamente Presente no Sanctum Sanctorum do nosso Ser que se faz Uníssono com o Ser Cósmico do Deus Todo Poderoso, por participação benfazeja na Graça advinda do Divino Espírito Santo, bastando apenas que cedamos à Vontade Trina e Una do Eu Sou O Que Sou, o Consonantal Impronunciável Iod-He-Vau-He, que pode vir a se fazer Pronunciável através da nasalização Iod-He-Shin-Vau-He da Ação Redentora da Consciência Crística na Humana Idade dos Homens e Mulheres de Boa Vontade.
Portanto, mais do que uma imposição, este primeiro mandamento é, na verdade, uma dadivosa permissão do próprio Deus Pai para que Sejamos Unos com Ele como o Seu Filho Amado o Foi, É e sempre há de Ser, através da misteriosa Comunhão do Divino Espírito Santo. E tudo isto, se possível, em cada momento de nossas vidas, fazendo de nossa própria respiração o ritmo compassado e sereno de nossa amorosa relação com Deus em detrimento de tudo o mais, numa verdadeira e radical atitude presentificadora de Oração e Vigilância para que não venhamos a cair, quando estivermos em tentação, conforme nos ensinou o Mestre Jesus.
Não tomar Seu santo nome em vão é buscar não sair do Estado de Oração e Vigilância contínuas, em cada instante de nossas vidas e onde quer que estejamos, coisa a que facilmente sucumbimos, dada a nossa natureza carnal corruptível. O Iod-He-Vau-He é Temeroso Distanciamento que pode vir a se fazer Amorosa Aproximação e Inalienável Identificação, mediante a Presença nasalizadora do Shin em nossa experiência avatávica de Realização da Vontade de Deus de que seja manifesto o Seu Reino dos Céus na Terra, através da Consciência Crística ativada em nós por nosso próprio empenho e livre arbítrio.
Por isso, como nos ensinou a Beata Irmã Dulce, mais que “falar” sobre Caridade (a essência da bondade) é necessário que “façamos” Caridade, quer dizer, que Sejamos a Expressão Consciente da Essência da Bondade do Amor de Deus, no mundo. Ou, como nos ensinou São Francisco de Assis, que sejamos Instrumentos da Paz do Senhor na sociedade, pois se existe uma forma de o Impronunciável Nome de Deus vir a ser Pronunciável é na reverberação do Verbo Divino e Criador de Todas as Coisas Visíveis e Invisíveis, por intermédio da Atualização do Grande Arcano em nós, postos em Rota Ascendente Espiralada na condição de Portadores, Mantenedores e Protetores do Santo Graal da Compreensão do Doce Mistério da Vida.
Dessa forma, Não tomar Seu santo nome em vão consiste tão-somente em “fazer” a Vontade de Deus e não somente “falar” friamente o seu Santo Nome, “da boca pra fora”, sem a necessária experiência vivencial carregada de uma “tomada de consciência” do Significado Profundo e Verdadeiro do “Eu Sou O Que Sou” em nossos mínimos atos, palavras e ações.
Guardar domingos e festas é envidarmos todos os esforços para não desperdiçarmos as maravilhosas oportunidades de pausa em nossas atividades sociais, profissionais e até familiares. Os domingos, os dias santificados e até mesmo as férias e os feriados deveriam ser utilizados como um laboratório para o aprimoramento do nosso direito ao cumprimento do Primeiro Mandamento, Amar a Deus sobre todas as coisas, uma vez que se torna muito difícil (apesar de não impossível e até mesmo necessário), em nossas atividades diárias normais, o exercício do nos fazermos presentes no Aqui e Agora da Existência, semelhante à experiência do Shabat para os Judeus.
Ou seja, uma verdadeira “colher de chá” para a humanidade autômata e dorminhoca, vez que sempre, ou o mais das vezes, estamos projetados para o “futuro” ou apegados ao “passado”, não nos permitindo o divino deleite do sermos o que somos, em consonância com o nosso Dharma pessoal, em detrimento mesmo daquilo a que insistimos em nos circunscrever, emaranhados aos nossos inúmeros compromissos cármicos (sejam bons ou ruins), apesar de que por estes últimos é que somos pedagogicamente incitados pelo Cósmico para, enfim, encontrarmo-nos face a face com o Senhor, quando da aproximação do inevitável e auspicioso Áureo Alvorecer em nossa Psiqué.
No que se refere ao quarto e ao quinto mandamentos, pode parecer estranha a inclusão dos mesmos como estando voltados para as coisas da Eternidade em nós, como dissemos acima. O mais comum é entendermos apenas os três primeiros mandamentos dentro desta categoria e os sete seguintes voltados para as nossas relações mundanas e sociais. Porém, podemos ousar e confrontar aquilo que se nos sugere como óbvio, mediante uma apreciação mais aprofundada ou mesmo subliminar, lembrando que a letra mata, mas o espírito vivifica.
Surge, então, uma questão muito simples: o que representam os nossos pais e a sombra da morte para todos nós que comungamos o hálito da Vida? Também, de forma muito simples, podemos responder: dois Portais!
Sim, é através do Portal Pai-Mãe que adentramos na Temporalidade e somente através do tão temido Portal da Morte que retornamos à Eternidade. Além do mais, desonrar pai e mãe é não exercer o nosso dharma, na vida; pois, nascemos com um propósito, uma Areté, que nos foi confiada pelo Criador, o que nos torna - a todos – únicos e especiais, desde que saibamos e queiramos fazer brilhar a nossa própria Luz Interior.
Portanto, devemos Honrar pai e mãe, não com o ímpeto de quem adora a um Deus e a uma Deusa, mas como reconhecimento de que o Criador pôs-nos no Cenário da Vida através do mais adequado dos Portais, uma vez que Ele é Onisciente, Onipotente e Onipresente.
A injunção não matar, por outro lado, refere-se ao inalienável direito de todos a somente atravessar o Portal Derradeiro da Vida por decreto divino e, não, humano. Não temos o direito de aniquilar toda uma carga genética ancestral sintetizada em um indivíduo. Sim, pois matar é desonrar os pais dos outros, no sentido de que cerceamos um bandido, por exemplo, de se arrepender e vir a se regenerar, fazendo brilhar sua Luz Pessoal, eventualmente ocultada por erro de opção no jogo da vida. Além disto, mais do que por seu teor genérico, o mandamento não matar pode e deve ser entendido expansivamente, como um anúncio ecológico-apologético à prática da Fraternidade Universal, dirigida a todos os reinos – mineral, vegetal, animal e humano, tendo por fim o ingresso ao Reino de Deus. Não matar, ou não aniquilar, ou não extinguir, ou não exaurir os recursos naturais, hídricos, florestais, animais, humanos, culturais, etc.. Sim, pois tudo deve co-existir em harmonia, uma vez que o desejo insano e escravizador de poder controlador do Homem Mortal não operasse com tanta liberdade como podemos ver história humana afora. Daí concedermos uma maior importância à Eternidade do que à Temporalidade para estes dois mandamentos uma vez que eles são apenas pontos de referência para trás e para frente, no que concerne à Vida Eterna que perpassa a Temporalidade por intermédio dos mesmos. Ou seja, diz respeito ao Homem Interior.
Outrossim, do sexto ao décimo mandamentos, repetimos, o direcionamento é todo voltado para o Homem Exterior e suas relações sócio-histórico-afetivas no mundo em que vive: o reino humano (inscrito nos limites da Linha da Vida, cujos início e fim são os Portais discriminados no quarto e no quinto mandamentos).
Não menos importantes, por detrás destas cinco últimas assertivas é que reside O Grande Segredo para equalizarmos a Economia da Vida: não pecar contra a castidade, não furtar, não levantar falso testemunho, não desejar a mulher do próximo e não cobiçar as coisas alheias!
Entre o nascimento e a morte, temos que ser castos em nossas palavras, atos e pensamentos, não somente no sentido de abstinência sexual, mas, também verbal, comportamental e ideológico. Primando pela observância do princípio do Equilíbrio em todos os setores de nossa vida, não deveríamos ceder às tentações de nos impacientarmos, por exemplo, com ocorrências rotineiras eventualmente desagradáveis, com a fácil adesão a julgamentos precipitados e preconceituosos de qualquer espécie, que nos leva a ser engolidos nas areias movediças da intolerância, distanciando-nos do oásis da Compaixão para com todos os nossos irmãos em Humanidade com os seus defeitos peculiares à sua constituição de transeuntes desorientados à procura da Flor Sagrada da Felicidade, num mundo conturbado pelo orgulho e pela vaidade. Se não inocentes, ao menos, deveríamos nos esforçar por nos conservar – ou nos tornar - puros de coração, através da via do arrependimento e da regeneração.
Quanto ao sétimo mandamento, além de não roubar a propriedade alheia que, por direito, não nos pertença, deveríamos também não subtrair as idéias de outrem que, por natureza, não sejam de nossa alçada; bem como, não lhes privar de sua completude, para não ingerirmos, mais tarde, o amargo fel do remorso, da tristeza e da solidão. E, já que possuímos o nosso próprio brilho, deveríamos, principalmente, não furtar o brilho dos outros, pois estaríamos nos furtando a nós mesmos, no que diz respeito ao privilégio de sermos o que somos, em essência: diletos Filhos de Deus, apesar de que nos encontremos, o mais das vezes, atolados em meio ao lodaçal pantanoso do pecado e da corrupção.
Não levantar falso testemunho é sermos Viventes na Verdade, em detrimento do preço a pagar, pois mais vale a miséria de Consciência Limpa do que a fortuna no desassossego e na dor. E mesmo na omissão, levantamos falso testemunho justamente por não nos predispormos a agir como agentes da Verdade. Com toda certeza, o falso testemunho nos distancia das calorosas e confortadoras vibrações do Verbo Divino que se fez carne e habitou entre nós. Em vez disto, aproxima-nos do Reino da Mentira, no qual imperam a malícia e o subterfúgio, tendo como conseqüência, a estagnação e o auto-aniquilamento.
Não desejar a mulher do próximo é preservar a estabilidade e a harmonia na sociedade. O curioso é que deve ser considerado também como não desejar o marido da próxima. Pois, dadas as características da sociedade patriarcal/paternalista dos antigos Hebreus, este mandamento nos é transmitido, anacronicamente, sem a devida atualização aos nossos costumes modernos, nos quais, à mulher é dada a possibilidade de direitos iguais aos dos homens. Assim, o respeito e a honra são princípios que devem ser priorizados nas relações humanas, bem como terem livre trânsito na valiosa via de mão dupla da Consideração. Havendo o predomínio da razão, a insanidade é dissolvida e o arrependimento, abortado, antes mesmo de ser concebido.
Por fim, não cobiçar as coisas alheias consiste, simplesmente, em não as priorizar e, sim, preferir a experiência de amar a Deus, sobre todas as coisas. Desta forma, poderão ser retomados todos os Mandamentos, sendo repassados um a um, como as preciosas pedras de um rosário, numa prática benfazeja e santificadora, em consonância com a finalidade última da sua Inscrição em letras de fogo, outrora, no Monte Sinai. Sendo assim, este último mandamento é a boca da cobra do conhecimento da verdade a morder a própria calda; é o retorno ao início de tudo quando se chega ao fim derradeiro e se atinge um nível mais acima, formando uma trajetória espiralada e ascendente que dignifica a Caminhada e glorifica os Passos que, seqüenciados, consolidam o Caminho e dão sentido ao Caminhar.


Jorge Pi     
               
                                        
     
 

4 comentários:

Unknown disse...

Estes são os dez mandamentos segundo a BÍBLIA do texto em hebraico.

¶ Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
¶ Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Não matarás.
Não adulterarás.
Não furtarás.
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

Êxodo 20:1-17

Unknown disse...

Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. Romanos 10:

De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Gálatas 3:24

Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.
¶ Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar.
E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório.
Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;
E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.
Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.

2 Coríntios 3:11-18

FabianaB disse...

Pi, aqui sou eu, câmbio!Me encantas com toda a amplitude profunda; abrangência que poeticamente; entre rimas ora ricas; pobres e a maneira como convida ou tira a "narrativa" pra dançar...e danças a deslizar tão lindamente queNão hoje quaaase que me distrai de maneira a me enganar...rsss...Gostaria de papear este assunto contigo, sem exigir provas e tampouco querer provar...mas papear e sem hora p terminar.. Não sei citar trechos bíblicos..sou dedicada ao execício díário do apreender à decorar.. e a essência pode chegar a ser "indecorosa", afinal..rss.. Mas gostaria deveras, e sem hora, sem provas..ou verdades..ou blá, blá...mas os sinos tocam..hoje é uma sexta-feira da paixão e/ou Santa. e Pi, penso que a catequese do Ian teve efeito psicanalítico quando da primeira sessão...aquela em que tomamaos a "marretada" de Freud que nos faz em cacos para encontre, reconheça e remonte nossos pedaços todo embralhados.. e assim se faz meu Pi em seu balaio de gato de lé x cré...rss..e ainda vamos visitar o vulcão e falar, falar, falar..e ai do vulcão se reclamar ou implicar ;) <3

Pinininho disse...

Oi, Fabi! Aqui é Pi, câmbio! Rsss... Fico feliz por ter lido esta postagem. Ela é, tão-somente, um simples exercício de reflexão. Nada mais. E como todo texto pode e deve ser desconstruído para o bem da Verdade! Quanto ao encanto pela profundidade de amplitude, eu lhe adianto que sou melhor escrevendo do que falando... Rsss Mas... é sério!!! É que eu penso rápido demais e de forma centrifugamente aleatória, num turbilhão sinestésico de considerações multifacetadas. Sendo assim, sou muito comedido, ao falar. Cultivo mais o ouvir do que a pronúncia vocal. Permito-me, no entanto, de vez em quando, revelar minha verdadeira natureza interior e, assim, um inusitado tagarela se aloja no que escrevo, dando a impressão, a quem me lê, desprevenidamente, de que o sujeito real é dono de uma oratória impecável! Rsss Ledo engano! Sou como um exigente editor a esmiuçar uma obra inédita para que ela possa estar ‘minimamente apresentável’... Talvez resida nisso a gênese daquilo que você tão generosamente pontuou quando disse: “...a maneira como convida ou tira a "narrativa" pra dançar...e danças a deslizar tão lindamente queNão hoje quaaase que me distrai de maneira a me enganar...rsss” Rsss Quanto a “papear este assunto contigo, sem exigir provas e tampouco querer provar...mas papear e sem hora p terminar...”, confesso que também gostaria de fazê-lo com você, não fosse a enorme distância geográfica que nos separa, minha amiga! Tanto é que uma das coisas mais empolgantes em minha vida, atualmente, tem sido interagir com vocês, no grupo no Facebook “Brasil e Portugal, uma História sem Fim”. Nele, tenho encontrado um sentido para a lacuna do peregrino viajante em busca de novas terras que sempre habitou em mim e que tive apenas a possibilidade de lhe conceder deslocamentos psíquicos de ordem intelectual e muito em nível de aspiração e contentamento. Portugal se me tem prefigurado, surpreendentemente, gigantesco, em sua abrangência civilizatória, tanto mais por suas origens célticas e vinculação templária! No que diz respeito a citações bíblicas, estamos em igualdade, pois atenho-me, religiosamente, ao princípio de que “a letra mata, mas o espírito vivifica” (que, por sinal, desconheço a localização textual precisa! Rsss...). Então, talvez eu seja “indecoroso”, também, aos ortodoxos. Em vez disso, abraço a causa heterodoxa da Tradição Primordial, atrelando-me aos Domínios da Imaginação Criativa, em minhas pequenas aventuras iniciáticas. E, após os dobrares de sinos de uma sexta-feira santa, movida a catequeses paternais e sessões psicanalíticas freudeanas, em meio a todos estes “balaios de gato de lé x cré... rsss...” (Hahahahahaha!!!), fiquei surpreso pelo seu ímpeto de verdadeira cidadã do mundo por “visitar o vulcão e falar, falar, falar” comigo, em minha simplória e diminuta aldeia. É isso...